
Depois de refletir sobre o novo documentário da Netflix “A Indústria da cura” resolvi fazer esse post pois é um assunto extremamente caro pra mim.
Quando iniciei de fato meus cursos em terapias complementares em 2009 eu logo comecei a me deparar com questões importantes em relação a missão do servir. Estar a serviço, auxiliar, ouvir, observar, ter paciência, cuidar, conectar são palavras essenciais a quem se destina a esse sacro-ofício. Pra mim é isso, é algo que vai além da presença física e emocional, é sagrado. O sagrado permeia o trabalho pois os deuses trabalham junto e orientam.
Quem se envolve realmente sabe que outras vidas serão necessárias para abarcar o conhecimento para se dedicar com profundidade ao ser humano e seus sofrimentos. O que é a cura senão a restauração ao estado original da alma, a harmonia da essência?
Uma das questões que sempre refleti foi o “como” nasce um terapeuta. Surge fazendo curso? Com o tempo? Atendendo? Um conjunto de fatores? Simplesmente cada um tem um processo diferente e é totalmente pessoal. O fato é que, no contexto que vivemos cada vez mais é colocado que o tempo é escasso, o tempo é dinheiro, e começa-se a ver cursos breves, rasos, empresas de olho que se aproveitam para “ofertar vantagens”, o então processo vira uma pílula mágica: “tomou, faça o que quiser, está pronto”.
Sabemos que as terapias complementares não possuem regulamentação o que torna tudo ainda mais atrativo, junta-se aqueles que se apoiam em vertentes ditas “espirituais” e aí a salada está feita, tem pra tudo e pra todos (mas isso daria um outro post). Então como encontrar um profissional realmente treinado e capacitado? Aqueles que encurtam caminhos não mostram o seu “DNA de conhecimento”, como eu costumo dizer. Esses não falam de seu passado e de qual água bebem. Então sim, é preciso farejar os bons terapeutas, ter um certo critério de escolha e empatia pela pessoa. Assim, como terapias, tem uma “nova” surgindo todo dia.
A palavra “terapia” vem do grego THERAPEIA, que significa “o ato de curar” ou “ato de reestabelecer”, já este vocábulo grego tem origem em um verbo THERAPEUEIN, que significa“realizar tratamento médico”. Outra palavra da mesma linha é THERAPON, que tem o significado de “aquele que serve, atende alguém”. Portanto, qualquer terapia envolve DUAS pessoas. Pode ser banal para muitos, mas vários se esquecem desse princípio. Não se enxerga todos os desequilíbrios, necessitamos do duplo, do espelho, o olhar que nos desnuda.
E aí chego ao documentário em si que é dividido em 6 episódios falando um pouco sobre tudo que citei acima. Por estar na área da medicina verde, da aromaterapia, me interessei pelo episódio 1, onde mostram praticantes treinados exercendo seu oficio com responsabilidade e fazendo o que podem fazer de fato pelo outro e do outro lado empresas que de alguns anos pra cá perceberam a ingenuidade e aflição de muitos e criaram uma cultura de dependência de seus produtos aromáticos prometendo milagres e fazendo promessas.
Acredito que agora cada vez mais os véus irão cair pois está tudo as claras, principalmente os vendedores induzindo pessoas ao uso sem critérios que sustentam o esquema de vendas estilo pirâmide (MMN marketing multinivel) e que movem bilhões. É muito perigoso esse mercado cada vez maior trazendo riscos a pessoas leigas a fazerem uso de óleos essenciais, que são substâncias medicinais. Afinal, vem o chavão: “já que é natural, por que vai fazer mal?” Faz sim, e muito. Não somos todos iguais e cada organismo tem respostas diferentes. Não existe receita de bolo. Como já comentei e alerto pessoas faz alguns anos, o sistema já entendeu como as terapias complementares atuam e há um grande esquema de alopatização delas, e isso é grave.
Enfim, não compre, não estimule esse mercado que ganha a custas de milhares de pessoas. Se conhece alguém que esteja dentro desse esquema, avise, mostre o documentário.
Terapia é com terapeuta. Se você deseja curar-se de algo de fato deve submeter-se de ao processo terapêutico, assim como o terapeuta. É uma via de mão dupla enriquecedora, com confiança, humildade e respeito pela individualidade do ser humano.
Procure por alguém que prioriza o indivíduo e suas complexidades e que trabalha pensando na natureza, afinal, ela é abundante mas não se produz óleos de todas as plantas o tempo todo em quantidade absurdas pra existir centenas de marcas. Já pensou nisso?
E finalmente, muito grata a Netlfix, por esse bálsamo tão necessário!
O link para quem quiser assistir: https://www.netflix.com/br/title/81044208
Obrigada!
Ana Karina Lunelli
Terapeuta Integrativa e Astróloga
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